Hoje, o blog Um Tanto Assim vai discutir cinema. E o convidado deste bate-papo será Daniel Araújo, estudante de cinema e realizador que irá nos falar um pouco sobre suas impressões e perspectivas no universo do audiovisual.
Para saber mais sobre Daniel e suas experiências com audiovisual, leia o texto "Uma primeira Experiência Experimental", que ele produziu para o nosso blog ou entre em contato através do Facebook.
BLOG: Daniel, qual tua primeira experiência nessa área do audiovisual?
Daniel Araújo: Bom, com uma estrutura mais completa e como
estudante de audiovisual mesmo foi na Escola Pública de Audiovisual-Vila das
Artes. E Dentro de tudo o que vimos no ateliê Imagem e Cidade, que foi o primeiro
ciclo o qual participamos no curso, o que posso dizer é que ele fora mais do
que uma tarefa. Na verdade foi uma boa oportunidade para testarmos a nós
mesmos. E a parte mais fundamental dentro desse processo foi, sem dúvida, as
construções dos curtas metragens. É claro que, antes disso, tivemos a chance de
conhecermos importantes realizadores e estudiosos do cinema como Alexandre
Veras, Ernesto de Carvalho, Grazi Kunsch, Lúcio Kodato, além de todos os demais
professores que integraram o ciclo.
BLOG: E como foi fazer na prática?
D.A.: Ah, como não poderia deixar de ser, a sensação de desafio em
torno dos trabalhos foi inevitável. Estávamos em nossa primeira experiência
como equipe que teria de produzir um filme. Sabíamos que seria difícil, assim
como ocorrera desde o início dos trabalhos, ainda na fase de definição de quais
os filmes que seriam escolhidos entre aqueles que foram propostos. Apesar de tenso, o processo já nos dava uma
prévia de que, a partir daquele ponto, as decisões passariam da individualidade
para a coletividade. Não eram mais a ideia de uma pessoa. E sim de um coletivo
que se juntaria para produzir.
BLOG: E qual sua participação no projeto?
D.A: Dos quatro projetos listados para o primeiro atelier,
engajei-me em “O Pôr-do-sol Existe”. O proponente foi o Adriano Morais, um dos
nossos colegas do curso e a partir do momento em que a ideia foi assumida em
torno de um coletivo eu tentei contribuir com o que pudesse fazer. Incialmente
me predispus a ajudar com o roteiro. Mas como o texto já estava praticamente
fechado, tentei ver outra função onde melhor pudesse me testar e somar com a
equipe. E já que estamos numa escola de cinema, nada pareceu soar melhor do que
partir para um dos “órgãos vitais” da máquina. Fui fazer câmera.
BLOG: Mas você sentiu alguma tensão ou peso de responsabilidade?
D.A: Operar esta que é a parte que materializa o filme enquanto
experiência imagética, no entanto, não me assustou. Não sei explicar ao certo,
mas pra mim foi como se sempre tivesse estado junto ao equipamento. Vai ver
fora porque todos estávamos, como ainda estamos, a aprender a dinâmica do
cinema. Você nem percebe enquanto faz, mas assimila a experiência depois de
realizada. É curioso isso. E aí, aqueles que estiveram no som, bem como na
produção e demais funções, trabalharam como quem estivesse a descobrir cada
macete daquilo no dia-a-dia. Comigo não foi diferente. É claro que, à medida
que os dias da gravação iam se aproximando, um certo nervosismo foi tomando
corpo, mas isso foi bom.
Afinal, foi essa ansiedadezinha
que fazia eu notar o quanto estava comprometido com o trabalho.
BLOG: E você gostou do resultado?
D.A: As imagens do filme iriam
depender do meu desempenho durante as filmagens. Mas acredito ter feito um bom
papel enquanto câmera. E quando digo isso, não quero dizer que cada tomada por
mim feita esteve digna de comparação com os takes
pensados por Kubrick. (risos). Mas no geral, cada take conta. No fim, tomadas serão aproveitadas e outras não. Mas o
que importa é o aprendizado que levamos tanto na semana de pré-produção como na
de gravação. Isso foi o que ficou.
BLOG: E qual tua impressão sobre
a cena no Ceará?
D.A: Penso que estamos indo bem.
As experiências que temos desenvolvido aqui mostram isso. Se pensarmos os
trabalhos de um coletivo como o Alumbramento, por exemplo, a gente fica com a
certeza de que nossa cena tem se mantido ativa. Vários realizadores do Estado
têm conseguido colocar seus projetos para circular e isso é muito positivo. Não
estamos apenas realizando em um circuito fechado, mas dividindo nossas
produções em festivais, mostras (Cine Caolho) e cineclubes. E dos colegas que
vêm de outros estados, a certeza que fica é a de que eles se empolgam com o que
ocorre não só em Fortaleza, mas no Ceará como um todo. E isso se deve a um
trabalho paulatino que tem se fortalecido muito nos últimos anos. Os centros de
formação são essências nisso. Falo tanto da universidade (UFC e Unifor) quanto
dos demais polos como a Vila das Artes, o Porto Iracema, etc. Vivemos um bom
momento.
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